sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dia de Atenção à Gagueira

Gagueira, fatores hereditários e lesionais

A gagueira é um distúrbio de fluência que acomete pessoas independentemente de raças, de níveis socioeconômicos e culturais e de graus de escolaridade. Segundo Yairi (1996), mais de dois terços das pessoas que gaguejam têm parentes de primeiro e/ou segundo graus que também apresentam gagueira ou dificuldades de fala e linguagem. Não há um único padrão hereditário em gagueira. Porém, há evidências que sugerem um forte componente genético (Ward, 2008). A gagueira não ocorre aleatoriamente na população, tende a se concentrar em determinadas famílias, pois, segundo Alm (2004), estimados 55% das pessoas que gaguejam têm pais, irmãos, filhos, tios, primos, avós e/ou netos com gagueira. O que é transmitido geneticamente é a tendência para gaguejar, mas não a gagueira em si. Apresentar herança genética para a gagueira não implica, necessariamente, manifestá-la. A manifestação da gagueira dependerá da interação com o ambiente. A genética influencia de modo marcante na tipologia da gagueira. Ou seja, se a gagueira de um membro da família é caracterizada por bloqueios, provavelmente os outros membros também apresentarão bloqueios. Em outra família, a gagueira pode ser mais caracterizada por repetições de sílabas e bloqueios (Felsenfeld, 1997).

Estudos com gêmeos monozigóticos mostram gagueira presente entre 75% e 89% dos casos estudados (Godai et al., 1976; Howie, 1981). Andrews et al. (1990) estudou 4000 pares de gêmeos e concluiu que 71% tinham história familial positiva. Ambrose et al. (1993) argumentaram que há um efeito genético tanto para desencadear uma gagueira quanto para superá-la. Mais recentemente, Wittke-Thompson et al. (2007) conseguiram relacionar gagueira com regiões dos cromossomas 2, 3, 5, 7, 9, 13 e 15 e concluíram que a gagueira é um distúrbio poligênico, no qual vários genes de efeitos variados podem aumentar a susceptibilidade para a gagueira. Yairi (2003) diz que crianças que gaguejam e que têm uma história familiar de gagueira crônica tendem a seguir o mesmo padrão. E vice-versa, crianças que têm uma história familiar de recuperação espontânea, tendem a seguir este padrão.

Fonte: http://www.gagueira.org.br/conteudo.asp?id_conteudo=185

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